Usuários reclamam de aumento da tarifa de ônibus em Pirassununga
sexta-feira, 16 de novembro de 2012Desde o dia 1º de novembro, a passagem de ônibus está mais cara em Pirassununga. A tarifa passou de R$ 2,20 para R$ 2,35 em todas as linhas. O fato deixou muitos usuários descontentes. Na prática, o trabalhador que cumpre expediente de segunda a sábado passou a gastar R$ 7,20 a mais no final do mês.
Além disso, quem depende do transporte público reclama da falta de cobradores, do sistema de integração de linhas, do estado de conservação dos ônibus e do excesso de lotação em horários de pico, além da falta de troco com o reajuste de preço.
Quem usa
A empregada doméstica Dorvalina da Silva Machado, 43, mora no Jardim Clayton Malamam, trabalha na Cidade Jardim e depende do transporte público para chegar ao serviço. Ela reclama que o valor aumentou muito e diz que em alguns horários, como o das 15h30, os ônibus estão circulando extremamente lotados. “Além disso, fico com pena dos idosos. Antes eles podiam ir sentados na frente, agora são obrigados a passar pela roleta”, comentou.
A enfermeira Helena Bernardes, 64, mora no Centro e usa o ônibus para ir à Vila Esperança. Ela critica a falta de estrutura em muitos pontos de ônibus na Zona Norte. “Precisa melhorar muito aqueles pontos. Na Vila Esperança têm muitos sem cobertura e o povo sofre quando chove”. O estado de conservação dos veículos também é motivo de reclamação. “Acho que se aumentou o valor” precisamos observar melhorias nos ônibus. Muitos estão em mau estado de conservação”, questionou.
A aposentada Cristina Martins, que mora na Vila Esperança, só usa o transporte público para vir ao Centro da cidade. “Na minha opinião, R$ 2,20 (preço antigo) já estava caro demais. Sem contar que agora eles estão sem troco de R$ 0,5. Não é culpa do motorista, é que não tem troco mesmo, mas a Viação tinha que se preparar para fazer o troco com o novo valor. Você acha que eles deixam a gente passar se não dermos R$ 0,5? Não! Então temos direito de ter nosso troco direitinho!”
Para ela, o ideal seria ter mais de uma empresa de ônibus municipal em Pirassununga. “Acho que deveria ter mais concorrência, outra empresa de ônibus para melhorar o serviço”, afirmou Cristina Martins. “Alguns motoristas, não todos, correm muito e não têm respeito com os idosos, que às vezes não sabem direito como passar o cartão na catraca. Também faltam mais horários aos domingos. Muita gente que conheço trabalha no final de semana e espera um tempão para conseguir vir ao Centro”, disse a aposentada. “Também não concordo com o jeito que é feita a integração, pois se você vem para o Centro e só vai pagar uma conta rapidinho, dentro do tempo previsto, e vai pegar o mesmo ônibus de volta, tem que pagar”, expôs.
Entenda como funciona o aumento
Até 2009, primeiro ano do governo Ademir Lindo, a passagem custava R$ 1,90; em 2010 e 2011 passou para R$ 2,20 e a partir de novembro deste ano para R$ 2,35. O último acréscimo foi há 15 meses. Como o contrato com a Viação Pirassununga foi feito por processo licitatório, não há necessidade de o aumento ser aprovado por lei.
Os reajustes são avaliados e aceitos ou não pelo prefeito após apresentação de uma planilha de custos da empresa, que também sugere uma atualização de preço. Se a proposta é aceita, o novo valor é regulamentado por Decreto Municipal. O último reajuste foi estabelecido pelo Decreto Municipal nº 4850, de 26 de outubro de 2012. O Movimento tentou conversar com a Viação Pirassununga sobre a questão do aumento, mas a reportagem foi informada que quem poderia falar sobre o assunto só retornaria na segunda-feira.
Viação se defende
O Movimento entrou em contato com a Viação Pirassununga a respeito das reclamações. O gerente da Viação em Pirassununga, conhecido como Machado, informou que a forma mais fácil é o cartão magnético, mas o troco deve ser exigido pelo usuário. “Está difícil arrumar troco até mesmo nos bancos, mas é um direito do consumidor, estabelecido por lei”, afirmou.
A empresa esclareceu que o sistema de integração visa atender quem faz uso de linhas diferentes. Em relação aos idosos, a explicação é de que com o cartão do idoso quem está na terceira idade pode passar para a parte de trás do ônibus. “Muita gente não fez o cartão. O direito de circular é garantido, mas neste caso eles ficam na parte da frente do veículo. Às vezes temos cinco, seis idosos na frente, sendo que o cartão pode garantir mais tranquilidade e segurança a todos”, destacou Machado.
Sobre a dificuldade de passar o cartão, Machado assegurou que os motoristas e fiscais podem ajudar. Em relação às outras reclamações e dúvidas, o gerente Machado garantiu que a população pode entrar em contato pelo telefone 3565-4400 e falar com ele.
Quanto custa* andar
de ônibus nas cidades vizinhas
•Cidade de Araras: R$ 2,20 (até 25 créditos) e R$ 2,15 (acima de 25 créditos)
•Descalvado: R$ 1,50
•Porto Ferreira: R$ 2,20
•Leme: R$ 2
•Santa Cruz das Palmeiras: R$ 0,40
(*Valor unitário, sem direito à integração de linhas, exceto em Leme)
Fonte: O Movimento
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